Conhecendo as estradas da bíblia

em 04 novembro 2017

 
 
 
Nosso entendimento sobre relatos do Antigo e do Novo Testamento pode ser melhorado se compreendermos a influência que as estradas e o clima desempenharam no decorrer dos relatos da Bíblia.


Nos tempos da Bíblia, a localização das estradas era determinada, em grande medida, pelas características naturais da paisagem. A maioria das estradas que passavam pela acidentada região montanhosa de Judá geralmente seguia o espigão das montanhas, visto que uma rota mais direta acarretaria subidas e descidas por vários vales e ravinas.
 


A água em demasia ou escassez também era um problema. As estradas nos vales e nas baixadas podiam ficar inundadas durante a estação das chuvas ou então enlameadas que não podiam ser utilizadas.



Viajar durante a estação seca do verão era muito mais vantajoso do que viajar pelas estradas lamacentas e encharcadas nos meses do inverno. Conforme está escrito na Bíblia em 2 Samuel 11. 


Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá, porém Davi ficou em Jerusalém, ou seja, as estações da primavera e do verão eram importantes em tempos de guerra, porque as estradas ficavam secas e os grãos recém colhidos estavam disponíveis para alimentar as tropas. Já a falta de água era um problema grave.
 

 
Quando Abraão viajou de Ur até Canaã, ele não poderia simplesmente ir para o oeste o que lhe pouparia centenas de quilômetros, até porque não havia fontes de água no deserto da Arábia.



Em vez disso, Abraão tinha de seguir uma das grandes estradas comerciais internacionais que ligavam a Mesopotâmia ao Egito, a Turquia e a Arábia. A partir de Ur dos Caldeus, esses caminhos seguiam os grandes rios, o Eufrates e o Tigre, e os dois rios passavam pela cidade de Harã, localizada  a aproximadamente 650 Km ao norte de Canaã.



As grandes estradas internacionais da bíblia



As grandes estradas internacionais, não eram diferentes das trilhas transcontinentais do antigo oeste americano, como por exemplo, a trilha do Oregon. As operações básicas de construção de estradas incluíam remoção de pedras do caminho, retirada de árvores e arbusto, manutenção de travessias rasas nos leitos dos rios e possivelmente construção de trilhas ao longo de encostas íngremes.



Mas essas estradas principais em geral, seguiam por terrenos relativamente fáceis e nunca ficavam longe das fontes de água. Essas estradas tinham de ser desembaraçadas e novamente niveladas de tempos em tempos, especialmente quando uma pessoa importante, por exemplo, um rei, estava para viajar por essas estradas.



Por exemplo, vamos ler Lucas 3.5 "Todo vale será aterrado, e nivelado todos os montes e outeiros, os caminhos tortuosos serão retificados, e os escabrosos, aplanados", ou seja, esse texto não é uma mera expressão poética, mas sim uma declaração a respeito da manutenção literal das estradas, o texto também se refere aos pontos baixos desgastados que devem ser preenchidos, e as saliências devem ser removidas.



Morar próximo de uma estrada internacional trazia benefícios econômicos. Essas estradas serviam ao trânsito de negociantes e mercadores itinerantes, á divulgação de mensagens governamentais e comerciais e ao transporte de mercadorias de valor, como por exemplo, o cobre, o ferro, o estanho, o ouros, a prata, o incenso, tinturas e cerâmica.
 

 
Os artigos grandes como, por exemplo, madeira e pedras, na sua maioria eram transportadas em barcos e balsas. Quem controlasse as estradas sejam eles bandidos, ou um governo central permanente poderiam possuir rendas consideráveis de mercadorias. O governo central podia cobrar pedágio das caravanas que passavam vender alimentos, oferecer hospedagem, oferecer serviços de escoltas militares que as caravanas podiam alugar para garantir  a sua passagem segura por um território "perigoso".
 


Essas mesmas estradas eram também usadas para as expedições militares, que não traziam nenhum benefício econômico, mas grandes riscos, no caso de exércitos hostis. Os que moravam próximos das estradas internacionais também ficavam expostos a novas influências intelectuais, culturais, linguísticas e religiosas, e isso levava, inevitavelmente, a certo grau de assimilação.


 
Por exemplo: a facilidade de viajar por Samaria ajuda a explicar por que aquela região estava aberta a influências religiosas e culturais não israelitas. A posição remota da região montanhosa de Judá e o acesso difícil a Jerusalém deixaram o Reino do Sul que se refere a Judá menos suscetível ás influências estrangeiras. Essa diferença ajuda a explicar por que a deportação do Reino do Norte que se refere a Israel aconteceu aproximadamente 130 anos antes da deportação do Reino do Sul que se refere a Judá.



As estradas de Canaã



Antes de Abraão chegar á terra de Canaã 2000 a.C, as linhas de comunicação interna do país já estava bem estabelecidas. Duas estradas internacionais atravessavam a região:
 
 

1 - Uma delas localizada ao longo do litoral que também era conhecida como "caminho do mar"
 


2 - E a outra estrada estava localizada, a leste do rio Jordão também conhecida como "estrada transjordânica".
 


A estrada internacional localizada a oeste provavelmente desempenhou um fator importante na história de José que encontrou seus irmãos próximos da cidade de Dotã onde foi jogado dentro de uma cisterna  e depois foi vendido a comerciante midianitas que o levaram para o Egito.


 
Vamos ler Gênesis 37.17-28. "Disse-lhe o homem: Foram-se daqui, pois ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. Então, seguiu José atrás dos irmãos e os achou em Dotã. De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para matá-lo. E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador! Vinde, pois, agora, matemo-lo e lancemo-lo numa destas cisternas, e diremos: Um animal selvagem o comeu, e vejamos em que lhe darão os sonhos. Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles e disse: Não lhe tiremos a vida. Também lhe disse Rúben: Não derrameis sangue, lançai-o nesta cisterna que está no deserto, e não ponhais mão sobre ele, isto disse para o livrar deles, a fim de o restituir ao pai. Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia. E, tornando-o, o lançaram na cisterna, vazia, sem água. Ora, sentando-se para comer pão, olharam e viram que uma caravana de ismaelitas vinha de Gileade, seus camelos traziam arômatas, bálsamo e mirra, que levavam para o Egito.
Então, disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar o nosso irmão e esconder-lhe  o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas, não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão nossa carne. Seus irmãos concordaram. E passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas, estes levaram José ao Egito".


 
Dotã se localizava aproximadamente 24 km da estrada ocidental, e a cisterna provavelmente se localizava mais próximo. As rotas regionais e locais de Canaã eram de grande importância. Uma dessas rotas de uma importância especial para todos os estudiosos bíblicos que é a rota inter-regional, que ia desde Berseba, no sul, até Siquém, no norte passando por Hebrom, Belém, Jerusalém, Gibeá, Ramá, Betel, Ai e Siló.


 
Essa rota aparece repetida na Bíblia. Alguns estudiosos da Bíblia a chamam de "rota dos patriarcas", porque Abraão, Isaque e Jacó viajaram ao longo dessa rota, mas também e chamada por outros estudiosos da Bíblia como a "rota das Cristas", porque em muitos lugares, corre ao longo das cristas da vertente das montanhas de Judá e de Efraim. Mesmo quando não são mencionadas de maneira especifica em geral essa rota serve de muitos dos fatos registrados na Bíblia.



As estradas romanas


 
Foi pouco antes da época do Novo Testamento que os romanos desenvolveram técnicas avançadas de construção de estradas: preparando o leito da estrada através do nivelamento do terreno e do corte das rochas, empregando o meio-fio para marcar a margem das estradas e preocupando-se com o escoamento e a colocação do calçamento.
 

 
O império Romano desenvolveu um sistema de estradas que acabaria por se estender-se da Escócia até o Eufrates que somado seria equivalente a 85 mil Km ao todo. Apenas como uma comparação o Sistema Interestadual de Rodovias dos Estados Unidos consiste em aproximadamente 48 mil Km de estradas. É provável que a construção de um sistema aprimorado de estradas já tivesse começado na Síria e em Judá na época do Novo Testamento.

 

Por exemplo: as ruas de Pompéia estão exatamente como eram em 79 D.C., quando uma erupção do monte Vesúvio enterrou-as debaixo das cinzas vulcânicas. As ruas urbanas tinham calçadas e travessias para pedestres: as pedras grandes na rua são alpondras, já que as ruas também tinham o propósito de escoar as águas das chuvas. Os sulcos demonstram que a largura das carroças romanas tinha de ser padronizada para possibilitar a passagem entre as pedras.


 

A maneira de viajar registadas na Bíblia.


Além de andar a pé, entre as antigas modalidades de transporte havia jumentos, carroças com rodas inteiriças e carruagens. Posteriormente, passou-se a fazer uso do camelo para transportar cargas pesadas, especialmente em caravanas. Os cavalos foram usados no segundo e no primeiro milênio A.C., para puxar carruagens e para serem usados nas unidades de cavalaria especialmente do exercito persa em 539-332 A.C, e posteriormente, os cavalos também eram utilizados nas viagens em geral e isso foi se tornado algo comum na época.



 
Na época do Novo Testamento, eram usados todos os meios de transportes, e a melhoria do sistema viário aumentou o uso de carroças e carruagens. Os israelitas nunca foram uma nação com habilidade marítima. O mar é mencionado frequentemente como uma representação simbólica do caos e das nações que se opõem contra Deus.



 
Por exemplo: Vamos ler Jonas 1.3 "Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis, e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis, pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor, ou seja, quando Jonas foge de Deus para o mar, isso significa mais que meramente ir para o Ocidente em oposição ao Oriente. Em um sentido simbólico significa ir em direção a tudo que se opõe a Deus. Porém, Deus, controla o mar e os seus habitantes".



 
Outro exemplo, vamos ler Apocalipse 21.1. "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. A expressão "o mar já não existe" pode significar que finalmente as nações rebeldes já não conseguem perturbar a criação de Deus".
 


Frase: GoethePor mais que continue avançando a cultura intelectual, por mais que progridam as ciências naturais na sua extensão e profundidade, por mais que a mente humana queira se expandir, para além da sublimidade e da cultura moral do cristianismo, conforme ele resplandece nos evangelhos, é que não irão.




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Foto: Pixabay
Fonte: Manual Bíblico de Halley Editora Vida.
Tradução Bíblica: (ARA) Almeida Revista e Atualizada Editora Sociedade Bíblica do Brasil




 

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